23.11.15

Nuvem negra

Fiquei ali...
Depois de anos sem tomar banho de chuva
sob Ela, enorme nuvem negra

Que tomava os ares, mexia as dimensões flutuantes
Seu entorno se arrevoava em ciclones
Eu fiquei ali
Naquele ilustre trovão, lampejo prata
Um ser espelho presença d'água
Me transferi pra dentro dela
Oculto, transparente, escondido e reluzente

Naquela onda do tempo
Mil ventos se revelaram
Sutis memórias me reencontraram
Leve afago na nuca de quem se gosta

Uma cristalina fagulha de tempo chegou
Olhei em sua presença desejo e medo
como se desobedecendo
gozasse o que me é por decreto e lógico

Fiquei ali
Sentado em meu cavalo de Tróia observando o que senti
por mais alguns pingos e lufas celestes
Notei o beiral áspero da erosão
E minha sela vagou sentada para os elevadores de Andrade





0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial